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6 de outubro de 2022

Andrade Gutierrez pede recuperação extrajudicial, para repactuar dívida internacional de US$ 440 milhões.

por CCHDC

Segundo a empresa, o plano de reestruturação já tem a adesão de credores que, conjuntamente, representam 52,2% do total de créditos.

A Andrade Gutierrez protocolou um pedido de recuperação extrajudicial, para reestruturar sua dívida internacional, de US$ 440 milhões (equivalente a R$ 2,38 bilhões, na cotação atual). O pedido foi feito na última quinta-feira (28), na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.

Segundo a empresa, o plano de reestruturação já tem a adesão de credores que, conjuntamente, representam 52,2% do total de créditos, o que já garante sua aprovação.

A companhia também destaca que o acordo se refere apenas aos títulos de dívida no exterior com vencimento em 2024 e 2021, e não envolve nenhuma outra dívida ou compromisso da companhia.

A solução para as dívidas da empresa se deu com a venda da participação da Andrade Gutierrez no bloco de controle da CCR, para a Votorantim e a Itaúsa — operação concluída em 12 de setembro deste ano. A operação garantiu R$ 4,1 bilhões, em dinheiro, para a companhia — que apenas se desfez de suas ações sob pressão de seus credores.

Desde então, no dia 21 de setembro, a Andrade Gutierrez já recomprou R$ 1,058 bilhão dos créditos que venceriam em 2024. Resta, porém, o pagamento de uma parcela desses títulos e de outra emissão, já vencida em 2021. Ao todo, esse valor soma US$ 440,12 milhões.

 

Origem da dívida

A origem da dívida em reestruturação se deu em 2013, com a emissão de títulos no valor de US$ 500 milhões, que venceriam em 2018. Diante da crise que se seguiu à emissão, a Andrade Gutierrez fez um primeiro reperfilamento dos créditos, com a troca de 97,86% dos títulos por Notas Internacionais com vencimento em 2021, no valor de US$ 336,18 milhões, e garantidas por parte das ações da CCR.

Em 2019, o grupo fez um novo reperfilamento de 90% da dívida, ampliando o prazo de pagamento para 2024 e ampliando as garantias, que passaram a representar a totalidade das ações da Andrade na CCR. Com isso, as notas chegaram ao valor de US$ 480 milhões.

No entanto, com a nova crise que se seguiu a partir de 2020, a companhia passou a ficar inadimplente com parte dos juros dessa dívida (com vencimento em 2024) e também com o pagamento das Notas de 2021 — dos credores que não fizeram o reperfilamento em 2019 e que ainda detinham créditos de US$ 43,2 milhões.

É nesse contexto que se deu a venda das ações da CCR e o novo acordo.

O plano de reestruturação prevê o pagamento integral, sem deságio. Há duas opções de pagamento, uma delas com vencimento em 2040 e outra em 2029.

No plano de recuperação apresentado, a Andrade Gutierrez também diz que o acordo inclui um mecanismo de concessão de novos recursos, no valor mínimo de R$ 213 milhões, pelos credores à empresa, “o que demonstra a confiança na continuidade exitosa das operações das Recuperandas após a homologação deste Plano”, informa o documento.

Hoje, a Andrade Gutierrez acumula um estoque de projetos (“backlog”) de R$ 11,2 bilhões. A projeção da empresa é chegar a um faturamento de R$ 3,3 bilhões neste ano, o que representaria um avanço em relação à receita de cerca de R$ 2 bilhões em 2021.

Procurada, a Andrade Gutierrez afirmou, em nota, que, após concluir a transferência da totalidade de suas ações da CCR para Itaúsa e Votorantim, em 12 de setembro, realizou “um processo de renegociação e pagamento de suas dívidas, que culminaram em uma desalavancagem de mais de R$ 3,5 bilhões de reais”.

“Neste processo, a companhia firmou um acordo com a maioria de seus Bondholders (Ad hoc group), que resultou em uma redução da dívida dos bonds em R$ 1,058 bilhão, e um incremento de liquidez de curto prazo de R$ 213 milhões para a operação da companhia, além do alongamento da dívida por meio da eleição, pelos credores, entre duas dívidas distinta com prazo mínimo para o pagamento de qualquer parcela de principal em 2029”, diz, em sua nota.

A empresa destacou que o acordo “engloba somente os títulos de dívida no exterior (bonds) vincendos e vencidos em 2024 e 2021, e não envolve nenhum outro direito ou obrigação da Companhia, mantendo inalteradas todas as demais dívidas bancárias e obrigações com fornecedores e clientes”.

“Dessa forma, a empresa reafirma que este processo foi escolhido em consenso com os detentores dos bonds para a efetivação dessa negociação e não terá impacto adverso nos demais aspectos do negócio da Companhia.”

Fonte: Valor Econômico

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